Postado em 02/05/2021 16:31 - Edição: Marcos Sefrin
Estes dois biomas brasileiros têm frutas deliciosas e nutritivas pouco conhecidas no resto do país
Buriti descascado. Foto: Luis Carrazza | ISPN
Apesar do Brasil possuir uma enorme variedade de frutas na sua mata nativa, a maioria das frutas comercializadas no país tem origem europeia, africana ou asiática. É o caso da laranja, maçã, uva, pera, melancia, caqui, kiwi, tangerina e muitas outras.
O motivo disso: nossa colonização sempre deu mais valor ao que era importado do que ao que era local. Nossa arquitetura, nosso vestuário e claro, na nossa alimentação são reflexos disso.
A variedade de alimentos em um país como o Brasil, é tamanha que pessoas de uma região raramente conhecem frutos de outra localidade. Mas ainda assim, alguns deles conseguem romper barreiras, como é o caso do Açaí que é consumido em boa parte do país e originário da Amazônia.
Isso ocorre porque muitas entidades estrangeiras estudam a região amazônica e divulgam seus alimentos. Também a indústria cosmética, utiliza a flora da floresta como base de muitos de seus produtos, o que ajuda na divulgação das espécies da região.
Biomas esquecidos
Porém, as regiões Nordeste, (onde se localiza a Caatinga) e Central do Brasil (onde se localiza o Cerrado) são pouco estudadas e as frutas produzidas são desconhecidas pela maioria dos brasileiros.
A Caatinga, palavra de origem tupi, significa “mata branca” é o único bioma exclusivamente dentro do solo brasileiro (não faz fronteira com nenhum outro país). É uma região única em termos de fauna e flora. Totalmente diferente de todos os ecossistemas do país e por isso mesmo muito especial.
Caatinga. Foto: iStock
O Cerrado, por sua vez, ocupa uma área muito extensa com cerca de 22% de todo o território brasileiro. Segundo dados do Ministério do Meio Ambiente, é a savana mais rica em biodiversidade do mundo, com cerca de 11.627 espécies vegetais catalogadas. Sem considerar a bela fauna que conta com aves coloridas, como araras e tuiuiús, além de tamanduás, veados, catetos e muitos outros.
Cerrado. Foto: Pixabay
Infelizmente, o Cerrado passa, já há alguns anos, pelo excessivo desmatamento atribuído ao avanço do agronegócio na região, em especial a plantação de soja e as atividades pastoris.
Assim como a Caatinga, a região tem muitas frutas deliciosas e às vezes totalmente desconhecidas nas outras regiões do país.
Selecionamos 13 frutas da Caatinga e do Cerrado que valem a pena conhecer:
Araticum – Cerrado
Polpa branca, doce e viscosa. Presente em muitos pomares, o fruto é consumido naturalmente ou em sucos. Tem propriedades antioxidantes.
Araticum. Foto: DoDesing-S
Bacuri – Cerrado
Possui a casca dura e a polpa branca. É uma das frutas mais populares no Pará. Pode ser consumida in natura ou como sorvetes, sucos e doces.
Bacuri. Foto: Acervo ISPN
Buriti – Cerrado
De casca dura e polpa saborosa alaranjada, o buriti é de difícil colheita, por isso normalmente espera-se que as frutas caiam.
Buriti descascado. Foto: Luis Carrazza | ISPN
Cagaita – Cerrado
Fruto pequeno, produz um suco saboroso e ótimos sorvetes. Com poucas calorias, é rica em vitamina C e antioxidantes e tem também efeitos laxativos.
Cagaita. Foto: DoDesign-S
Cajá – Caatinga e Cerrado
Fruto é muito apreciado e nutritivo. Rico em vitamina A, fibras, cálcio, fósforo e ferro, pode ser usado também para fazer sorvetes, licores, sucos e até vinho.
Cajá. Foto: DoDesign-S
Caju – Caatinga
Muitas pessoas consomem o pseudofruto, ou haste carnosa, com uma cor que varia entre o amarelo e o vermelho e é muito rica em vitamina C. Mas o fruto verdadeiro é a castanha, rica em selênio e vitamina E. A castanha de caju torrada é consumida como aperitivo e também muito usada na culinária.
Caju. Foto: DoDesign-S
Licuri – Caatinga
Uma palmeira que produz uma amêndoa, cujo óleo é muito usado na culinária, na preparação de doces, licores e do leite de licuri, uma especialidade da cozinha baiana.
Licuri. Foto: DoDesign-S
Mangaba – Caatinga e Cerrado
Muito apreciada na região Nordeste, a mangaba tem o formato similar ao da pera, com polpa branca e suculenta. Em tupi, mangaba significa: “coisa boa de comer”.
Mangaba. Foto: DoDesign-S
Maracujá da Caatinga – Caatinga
De polpa branca e casca esverdeada, tem um sabor mais doce e ácido que o maracujá comum. Tem muitos nutrientes e é conhecida por suas propriedades calmantes e relaxantes.
Maracujá da Caatinga. Foto: DoDesign-S
Murici – Cerrado
Muito nutritivo, o murici tem ainda propriedades antifúngicas e anti-inflamatórias. É consumido in nauta, na fabricação de sorvetes, licores, doces e até para fazer farinha, sendo normalmente encontrado em feiras livres.
Murici. Foto: DoDesign-S
Pequi – Cerrado
Em tupi, pequi significa “pele espinhenta”. O fruto tem o tamanho de uma maçã e casca verde. Muito usado na culinária típica, em pratos como o arroz de pequi, tem sabor forte e cor amarelada. Embaixo da polpa estão pequenos espinhos e por isso as pessoas roem o pequi ao invés de mordê-lo. Rico em vitaminas C, A e E o pequi tem ainda uma castanha que fornece um óleo anti-inflamatório e cicatrizante.
Pequi. Foto: Acervo ISPN
Pitomba – Caatinga
A árvore é bastante cultivada em pomares e o fruto muito saboroso, consumido in natura ou usado para fazer licores ou polpas. Os pássaros também adoram a pitomba e são atraídos pela árvore.
Pitomba. Foto: DoDesign-S
Umbu – Caatinga
O fruto pequeno de textura aveludada é rico em vitamina C e muito comercializado. É consumido ao natural, com leite ou ainda em doces.
Umbu. Foto: Foto: DoDesign-S
Matéria feita por Marli Kuhnen - 28 de abril de 2021
Ref.: https://ciclovivo.com.br/
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