Postado em 25/10/2018 13:47 - Edição: Marcos Sefrin
Perigo: a criança, aos 2 anos, já pode trazer em si o obeso que pode ser ao chegar à idade adulta
Vários especialistas estão criando programas de controle e de prevenção da obesidade na infância e na adolescência
Estima-se que, no Brasil, entre 10% e 18% das crianças e dos adolescentes apresentam sinais de obesidade. A maioria delas continuaria a ter sobrepeso ou obesidadedurante a vida adulta. A obesidade infantil está relacionada a maior índice de doenças graves durante a fase adulta, incluindo infarto, derrame, diabetes, hipertensão e alguns tipos de câncer.
Vários especialistas estão criando programas de controle e de prevenção da obesidade na infância e na adolescência. Pesquisadores têm tentado determinar, desde os primeiros anos de vida, as crianças com maior risco de desenvolver sobrepeso e obesidade na adolescência, e assim concentrar os esforços e as políticas de saúde nesse grupo de alto risco.
Um estudo publicado na prestigiosa revista científica New England Journal of Medicinetentou caracterizar o grupo de crianças com risco mais elevado de desenvolver obesidade, e em que fase do início da vida o ritmo de ganho de peso é mais intenso.
Os cientistas desse estudo, liderados pelo doutor M. Geserick, da Universidade de Leipzig, na Alemanha, avaliaram 51.505 crianças para estudar o padrão de ganho ponderal ao longo dos anos, além do comportamento do índice de massa corpórea (IMC) durante seu crescimento.
Todas foram avaliadas por pediatras durante os primeiros anos de vida (1-14 anos) e novamente revistos pelos especialistas na adolescência (15-18 anos).
Observaram os cientistas que a maioria absoluta dos adolescentes com peso normal teve também peso normal durante a infância. Os pacientes acompanhados pelos pediatras demonstraram sobrepeso em 22% e obesidade franca em 31% já no quinto ano de vida. Por outro lado, 90% das crianças que, na idade de 3 anos, já tinham sobrepeso continuaram a engordar na adolescência e se tornaram obesas.
Quando olharam os adolescentes com sobrepeso ou obesos, a velocidade de ganho de peso não era uniforme desde o nascimento. A maior aceleração foi observada nos primeiros três anos de vida, e continua em ritmo menos intenso até a adolescência.
A equipe do doutor Geserick concluiu que a obesidade da adolescência se inicia precocemente, já nos primeiros anos de vida. O excessivo ganho de peso ocorre entre 2 e 6 anos de idade. Mais preocupante é a constatação de que, quando instalada nessa idade, a obesidade tende a progredir e a persistir até a adolescência.
Os cientistas alertam para a gravidade desses resultados e recomendam que as autoridades de saúde pública reexaminem suas políticas de controle de obesidade, estabelecendo orientações rigorosas desde os primeiros anos de vida.
O impacto pode modificar a epidemia de pessoas obesas na adolescência, e prevenir doenças graves durante a vida adulta. Importante ressaltar que esse estudo, assim como os cientistas, teve grande apoio financeiro de agências governamentais da Alemanha, e a infraestrutura do banco de dados que armazena as observações clínicas das crianças, parte do projeto CrescNet Registry, teve apoio financeiro de várias indústrias farmacêuticas, como Hexal, Novo Nordisk, Merck, Lilly, Pfizer e Ipsen
Ref.: https://www.cartacapital.com.br
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