Postado em 29/08/2018 15:28 - Edição: Marcos Sefrin
Para melhor entendermos a relação com nossos pais, poderíamos recorrer à imagem da árvore da terra. Desde que iniciamos a vida nesse mundo, a relação com nossos pais se assemelha muito à planta com o terreno onde ela está plantada. Desde a semente, a árvore absorve da terra tudo o que a faz crescer. Tudo o que a faz ser o que é, foi sugado da terra e do seu ambiente. Ela tem as raízes que são aquilo que a mantém de pé e por elas recebe nutrientes, bem com a luz do sol e o intercâmbio de nutrientes do seu ambiente.
Com o ser humano acontece algo muito parecido. Quando nós saímos da vontade de Deus nós somos plantados dentro de uma família, com pai, mãe, irmãos. Ali recebemos uma carga genética. Assim, como a árvore terá sempre suas raízes cravadas na terra, onde iniciou sua vida, nós também, teremos sempre a marca de nossos pais, de nossa família. As nossas relações familiares vão construindo aquilo que somos e, essa marcas permanecerão sempre em nós. Até poderemos arrancar a nossa planta e transportá-la para outro terreno, mas jamais poderemos arrancar em nós os nossos pais. Eles serão sempre nossos pais, independente do que acontecer. Por isso, essa relação saudável com nossas raízes é muito importante. Embora possa haver feridas, e, em muitos casos, elas são profundas, dentro de cada um de nós precisa haver a disposição para o perdão. Eu preciso perdoar e curar as feridas que estão nas minhas raízes. Nossas raízes originais estarão para sempre cravadas em nossos pais, mesmo quando o filho é adotado por outros pais. As raízes emocionais e afetivas continuaram sempre ligadas à origem, aos pais que nos geraram. Transportar uma árvore é possível, mas transportar a herança genética, isso não conseguimos.
Essa realidade não pode parecer um determinismo. Isso não pode significar que eu não possa evoluir, ser melhor, dispensar os medos, largar o temperamento difícil que eu tenho, abandonar os vícios que me ferem. A vida é progresso. Eu posso progredir. Devo progredir. Não posso atribuir meus fracassos aos meus pais, a minha herança genética. Se essa herança pesa em você, procure curar o que você herdou e é negativo em você. Por outro lado, sempre há muitas coisas positivas para observar. Compreendendo a história de sua família, de seus pais, de sua origem, você poderá ser uma pessoa livre, apreender e guardar as coisas boas e superar, sanar e se libertar das coisas negativas. Para sermos pessoas curadas emocionalmente e na nossa interioridade, precisamos sempre voltar à nossa família e perceber o que se passou lá, e curar aquilo que não foi bom nas nossas relações. Sempre é possível perceber o lado positivo e bom das coisas, que quase sempre, é muito maior do que o negativo.
Padre Ezequiel Dal Pozzo - contato@padreezequiel.com.br
Ref.: Jornal Mercadão
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