Postado em 05/12/2018 12:39 - Edição: Marcos Sefrin
A vida é uma sucessão de perdas e ganhos. Seria bom sentir diariamente, e o tempo todo, a paz que o coração deseja. Ocorre que isso não é possível para ninguém. Todos vivemos e nos movemos entre luzes e sombras, entre alegrias e tristezas. A arte da vida é lidar e administrar os contrários. Saber que eles fazem parte da vida e nos acompanharão sempre. Agarrar os momentos felizes e desfrutá-los, porém é algo que não pode nos escapar. Como não há possibilidade de estar sempre numa atmosfera de felicidade, como a alegria vem e vai, devemos estar atentos e perceber esses momentos. Desfrutá-los, sentir a alegria de estar vivendo e experimentando essa realidade com pessoas que amamos, perceber a beleza do dia que tivemos, da simplicidade da vida que experimentamos naquele ambiente, naquele encontro e naquele dia. Isso tudo é vida e aparece para nós como luz que ilumina a nossa existência.
Ocorre que muitas vezes não conseguimos desfrutar momentos de alegria. Entramos no circuito de atividades e perdemos a sensibilidade com as coisas simples, com as pessoas, com a beleza da borboleta que pousa na flor ou da água do riacho que corre cristalina e é fonte de vida. Em nossa cabeça, mesmo estando próximos dessas realidades simples e fundamentais, permanecem os grandes projetos, as ideias de desenvolvimento da empresa, os progressos necessários para atingir os planejamentos, os desejos de consumo partilhados com pessoas que trazem a mesma insatisfação, em síntese, a vida que está do outro lado e não atingimos ainda. Esse jeito de ser e de viver faz com que o dia de sol e de beleza esteja sempre por vir. Se virá, não se sabe.
Não há dúvida de que também há felicidade nas grandes conquistas e nos grandes avanços. Mas, o certo é que se perdeu a oportunidade de desfrutar o hoje e o agora da simplicidade. O essencial está sempre nas pequenas coisas, que são acessíveis a todos. Se a felicidade estivesse só nos grandes projetos e conquistas a quem ela seria possível? Por isso, como ela é possível a todos, passa por aquilo que todos podem experimentar e viver. Nisso, se concentra nas mais variadas experiências onde há encontro, atenção, sensibilidade, escuta, compaixão, e, fundamentalmente, amor.
Em tudo há, no entanto, luzes e sombras. Perceba a luz e se alegre nos momentos em que ela está presente, dando cor a realidade e fazendo sua vida fluir. Porém, é preciso suportar os dias cinzentos. Eles vêm sempre. Muitas vezes querem permanecer. Não há como negá-los. Eles compõem a única sinfonia da vida e possuem o mesmo valor e densidade dos dias ensolarados.
Padre Ezequiel Dal Pozzo - contato@padreezequiel.com.br
Ref.: Jornal Mercadão
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