Postado em 30/01/2019 12:49 - Edição: Marcos Sefrin
VIDEO COMERCIAL JEEP WILLIS https://www.youtube.com/watch?v=jU-aEHkIi6Y
Uma espécie de "faz-tudo", capaz de enfrentar todo tipo de terreno, um utilitário para o campo e a cidade. Essa era a missão de cada veículo de serviço fabricado pela americana Willys Overland, que criou o Jeep durante a Segunda Guerra Mundial, um veículo leve para fins militares. Não demorou para aparecerem derivados como a "Station Wagon Willys" e uma "pick-up", surgida em 1946. Mais tardia foi sua chegada por aqui, em 1961.Produzida pela Willys Overland do Brasil, sobre a estrutura da irmã, a Rural, seu desenho levava a assinatura do designer americano Brooks Stevens. Aproveitava o motor Willys BF-161, de seis cilindros e 2 600 cm3, que rendia 90 cv. Curiosamente, ainda no início dos anos 60, algumas unidades receberam o motor Perkins 4-203 de quatrocilindros a diesel, o mesmo que foi utilizado nos tratores Ford.
Produzida como 4x2 e 4x4, a picape tinha uma generosa caçamba com capacidade para 798 quilos. Resistente e robusta, topava qualquer tarefa e era usada principalmente por agricultores e fazendeiros. Mas não fazia feio nos centros urbanos. Porém, a direção proporcionava certo cansaço nas balizas.
Quanto ao espaço interno, os mais altinhos não tinham do que reclamar. Confortável para até três
passageiros, graças ao banco inteiriço, viajar a bordo da F-75 estava longe de ser desagradável.
Essa configuração só era possível por conta da localização da alavanca de câmbio na coluna de direção.
A simplicidade do painel de instrumentos se resumia a velocímetro, nível da gasolina e temperatura do
motor. A ventilação era feita por uma abertura basculante próxima ao capô. Hoje utilizado em muitos
monovolumes, a picape possuía um porta-objetos sob os bancos. Novas aplicações surgiram: de ambulância e carro de bombeiro a carro-forte e cabine dupla.
Já a versão bélica F-85, de 1962, era usada por Marinha e Exército: contava com pára-choque reforçado,
guincho mecânico, pára-brisa rebatível e até canhões e metralhadoras. Logo após a união entre a Willys e
a Ford Motors, em 1968, um novo motor foi oferecido opcionalmente, o 3000, de 140 cv. Com essa nova
parceria, a Willys pretendia conquistar a confiança do trabalhador do campo até famílias que necessitavam
de um transporte espaçoso e confiável. Tanto que naquele ano lançou a F-75 Luxo, que agregava botões
cromados, calotas e pneus com faixa branca e pintura saia-e-blusa como opcional.
Em 1970, a empresa deixou de se chamar Ford-Willys e virou Ford do Brasil. Aos poucos a Ford substituiu os veículos da Willys, descartando a marca no Brasil. Dois anos depois, a Pick-up tirava a nova "cédula de identidade", batizada de Ford F-75.
Resistentes, as F-75 sempre foram sinônimo de elogios entre seus fiéis proprietários e admiradores, como é o caso dos restauradores de carros antigos Fábio e Ricardo Landroni, que possuem há 20 anos a F-75 4x4 1979 azul mostrada nesta reportagem. Quem a vê hoje nesse estado não imagina o que esta picapinha já enfrentou no sítio dos dois proprietários, em Indaiatuba (SP), quando pertencia ao avô deles. Hoje, a F-75 se encontra com 81 000 quilômetros originais e ainda possui o manual do proprietário.
Em 1983, a última picape deixava a linha de produção, em São Bernardo do Campo (SP), na versão 4x4 e com motor a álcool de quatro cilindros (2 300 cm3), o mesmo que equipava o Maverick.
FRED CUNHA NEWS
Fonte : Revista Quatro Rodas.
Ref.: https://www.fredcunhanews.com
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