Postado em 03/01/2019 14:33 - Edição: Marcos Sefrin
A nossa alma, a nossa vida, precisa de festas e celebrações. As festas trazem para nossa alma um aspecto essencial: celebra-se uma festa para destacar o que é importante em nossa vida. A festa é alimento para a vida e para a alma. Festas destacam elementos importantes da nossa fé e da cultura que marca nossa personalidade e nossos ambientes de vida. Enquanto celebramos uma festa, se move dentro de nós aspectos importantes, abre-se em nossa mente memórias positivas e alegres e, nisso, enfrentamos com confiança, possíveis ameaças e tristezas. As festas tem um efeito curador. Quando nos entregamos ao ritmo da festa, o nosso corpo e nossa alma entram num ritmo saudável.
Durante um ano e na vida da Igreja acontecem muitas festas. O ano litúrgico expressa um ritmo que atinge nossa vida em todos os aspectos. O tempo de advento é tempo de espera. Na vida precisamos também aprender a esperar. Nem tudo acontece de imediato. Esperar e manter vivo o desejo do novo. A espera comporta o desejo de transformação da vida, da cura de enfermidades, da chegada do tempo e da vitória. As festividade de final de ano tratam de um novo começo, uma nova esperança. Uma boa notícia que acontece e se concretiza como oportunidade do novo. O Novo Ano sempre comporta o luto pelo que já passou e a esperança se abre em nossa frente. Temos oportunidade de fazer mais, ser melhores e conquistar o que temos como meta. Esses ritmos nos dão noção de que não estamos fixados na história, sem possibilidades de superação. Nossas feridas, humilhações e perdas são introduzidas em um novo tempo.
Deus introduz pelo nascimento de Jesus um novo começo. Quando Jesus nasce em nós, entramos em contato com a imagem autentica e intocada de Deus em nós. Nos primeiros meses do ano acontece também a quaresma. É o tempo da purificação interior à revisão da vida. Quando conscientemente reduzimos a alimentação e jejuamos, descobrimos aquilo de que nos torna dependentes e desintoxicamos o corpo. A interiorização, a contemplação produz uma limpeza de alma. A paixão e morte de Jesus lembra a fragilidade da vida e nos da oportunidade de examinar as nossas enfermidades. Na luz de Jesus percebemos que não precisamos ficar desolados por causa da doença e nos mostra um jeito novo de encarar a doença.
A festa da ressurreição quer nos animar, nos fazer ressurgir do túmulo de nossas angústias e depressões. Diz-nos que mesmo diante da morte e da paixão, da dor, há sempre uma esperança nova. As cadeias podem se abrir, os traumas que nos mantêm presos podem ser curados e iluminados pela luz. Na festa de Pentecostes festejamos o espírito que nos enche de vida. Percebemos que não precisamos fazer tudo por nós mesmos, mas que em nós há uma força que nos sustenta e que penetra todo nosso ser. As festas nos ajudam, portanto, a entrar num ritmo de cura da alma. Por isso, não deixemos de fazer festa, de celebrar. Não deixemos as oportunidades de celebrar passar por nós. Elas nos tornam mais vivos.
Padre Ezequiel Dal Pozzo - contato@padreezequiel.com.br
Ref.: Jornal Mercadão
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