Postado em 22/10/2020 21:27 - Edição: Marcos Sefrin
Para uma instituição milenar como a Igreja Católica, 17 anos não são muito tempo. Pois em 3 de junho de 2003, o Vaticano publicou um documento chamado "Considerações Sobre os Projetos de Reconhecimento Legal das Uniões Entre Pessoas Homossexuais."
CRÉDITO,EDISON VEIGA
Eis a conclusão: "A Igreja ensina que o respeito para com as pessoas homossexuais não pode levar, de modo nenhum, à aprovação do comportamento homossexual ou ao reconhecimento legal das uniões homossexuais. O bem comum exige que as leis reconheçam, favoreçam e protejam a união matrimonial como base da família, célula primária da sociedade. Reconhecer legalmente as uniões homossexuais ou equipará-las ao matrimônio, significaria, não só aprovar um comportamento errado, com a consequência de convertê-lo num modelo para a sociedade atual, mas também ofuscar valores fundamentais que fazem parte do patrimônio comum da humanidade. A Igreja não pode abdicar de defender tais valores, para o bem dos homens e de toda a sociedade."
O texto, aprovado pelo então papa João Paulo 2º (1920-2005), foi assinado pelo homem que ocupava o cargo de prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé, o cardeal alemão Joseph Ratzinger — dois anos depois ele sucederia João Paulo 2º, assumiria o nome de Bento 16; dez anos depois, ele renunciaria e abriria espaço para a eleição do argentino Jorge Bergoglio, o atual papa Francisco.
Na última quarta-feira (21), foi com certo espanto, não pouca polêmica e um sentimento de acolhimento por parte de muitos excluídos que o mundo reagiu a algumas frases do documentário Francesco, do cineasta americano de origem russa Evgeny Afineevsky, lançado em festival na Itália. Em um trecho de 20 segundos do filme, Francisco diz, em espanhol:
"Os homossexuais têm direito a estar em família, são filhos de Deus. Não se pode expulsar uma pessoa de sua família ou tornar a vida impossível para ela. O que temos que fazer é uma lei de convivência civil, para serem protegidos legalmente."
Matéria feita por Edison Veiga De Bled (Eslovênia) para a BBC News Brasil dia 22 outubro 2020, 10:51 -03
Ref.: https://www.bbc.com/portuguese/
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