Postado em 30/05/2021 11:35 - Edição: Marcos Sefrin
Ernst Götsch, agricultor e pesquisador, trouxe a agricultura sintrópica para o Brasil e propôs associar a mata natural com a plantação
Sítio Semente 9 - Foto: Camila Andrade
Ernst Götsch, agricultor e pesquisador, veio da Suíça para o Brasil na década de 80 e se instalou no estado da Bahia. Ao começar o cultivo em território brasileiro, ele conseguiu elaborar uma nova forma de cultivo, que ficou conhecido como agricultura sintrópica, no qual propôs a conservação da mata natural de determinado espaço, associando-a à plantação de culturas comerciais.
Convívio mútuo
Para Götsch era necessário estabelecer uma relação de convívio mútuo com a natureza sem que atividades como o desmatamento ou o uso de quaisquer produtos químicos fossem utilizados para melhorar a qualidade do solo. De acordo com o especialista em Agricultura Orgânica Thiago Tadeu Campos, a técnica criada por Ernst Götsch tem feito cada vez mais sucesso, principalmente na agricultura orgânica e na agrofloresta.
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Propósito da agricultura sintrópica
O principal propósito dessa forma de cultivar alimentos está na preocupação com o meio ambiente, ou seja, com a não devastação e com a preservação das características naturais da região. A agricultura sintrópica não se utiliza de nada além do que o meio ambiente pode oferecer, inclusive, os agricultores recebem a orientação de não irrigar suas plantações, pois o equilíbrio será atingido de maneira natural.
Aproveitamento do espaço
O agricultor deve apenas estudar as características do solo para decidir o que poderá plantar ali. Em seguida, deve escolher uma grande diversidade de sementes e plantá-las de maneira com que, conforme as plantas crescerem, o ecossistema irá oferecer luz, umidade e nutrientes de acordo com as necessidades da planta ao lado. Esse equilíbrio é uma forma inteligente de aproveitamento do espaço e também faz da plantação uma atividade mais rentável.
Podas
Com o tempo o produtor deve apenas repor a camada superficial com folhas e galhos, principalmente com as podas, para que este material orgânico funcione como matéria para a formação do adubo orgânico e do húmus.
Agricultura sintrópica e agricultura orgânica
Na agricultura sintrópica não é necessário o uso de defensivos químicos ou agrotóxicos e isso é coerente com os princípios da produção orgânica. No entanto, ambas as formas de cultivo possuem características únicas, mostrando diversas vantagens em comparação com outras estruturas de produção.
Orgânica
A agricultura orgânica visa uma plantação com um espaço próprio para a produção e com a intervenção direta do homem através de ações não prejudiciais à organicidade das plantas como, por exemplo, o uso de estufas ou a adubação orgânica.
Sintrópica
Já a agricultura sintrópica tem como ponto principal a não intervenção, o uso de adubos orgânicos só é permitido caso o solo escolhido para o cultivo seja pobre e precise de nutrientes e microrganismos para melhorar sua qualidade antes dos primeiros cultivos.
A importância da agricultura sintrópica para o ecossistema
A agricultura sintrópica pode ser realizada em qualquer terreno e suas plantas apresentam poucas pragas ou doenças. O equilíbrio da natureza faz com que o solo esteja sempre bem nutrido e garante a qualidade do produto final. Além disso, a agricultura sintrópica mantém as estruturas da mata, permitindo o convívio da fauna e da flora sem que seja necessário desmatamento ou expulsão de espécies nativas.
Orgânica ou Sintrópica?
Como tudo na vida, devemos extrair o que há de melhor do conhecimento e se apropriar daquele que mais nos ajuda. Por isso, o produtor urbano ou rural, deve utilizar as técnicas de ambas as formas de cultivo a depender de sua necessidade e da sua realidade.
Matéria feita por Thiago Tadeu Campos - 8 de janeiro de 2020
Ref.: https://ciclovivo.com.br/
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