Postado em 23/04/2020 09:27 - Edição: Marcos Sefrin
Pacientes de Covid-19 que vinham sendo tratados com cloroquina e hidroxicloroquina vieram a óbito nos últimos dias no país.
O médico Gilmar Calasans Lima (55) faleceu na emergência do Hospital da Costa do Cacau, em Ilhéus, após se automedicar com hidroxicloroquina, de acordo com a Secretaria de Saúde da Bahia. Lima era hipertenso e diabético.
Ele teve uma parada respiratória, após usar de forma combinada hidroxicloroquina e azitromicina. Por ser médico, ele teve acesso à medicação. Um dos efeitos colaterais da hidroxicloroquina são alterações cardiovasculares.
A hidroxicloroquina, que seria a versão mais branda da cloroquina, foi liberada pelo Governo da Bahia, no dia 8 de abril, para uso exclusivo no tratamento de pacientes com diagnóstico positivo para a Covid-19 internados em hospitais das redes pública e privada do estado, informa o Jornal de Brasília.
Também no Rio de Janeiro, uma paciente morreu ao ser tratada com cloroquina. A mais jovem vítima de Covid-19 do estado, Kamilly Ribeiro (17) havia passado 20 dias na UTI de um hospital em Duque de Caxias e não apresentava quadro anterior de comorbidades.
A prefeitura da cidade defendeu-se dizendo que o tratamento obedeceu ao “protocolo do Ministério da Saúde para uso do medicamento” à base de cloroquina, informa o UOL.
Sem comprovação científica de eficácia e maior taxa de mortalidade
Um estudo realizado nos Estados Unidos e publicado na revista científica “New England Journal of Medicine” afirma que a hidroxicloroquina não mostrou benefícios no tratamento de pacientes com Covid-19. A pesquisa foi realizada com 368 pacientes internados em hospitais de veteranos do país, como informa a Tribuna de Minas via Associated Press.
Além da não eficácia da medicação, cerca de 28% dos pacientes submetidos ao tratamento com hidroxicloroquina morreram, em comparação com aqueles que receberam o tratamento usual, cuja morte foi de 11%. A taxa de morte de pacientes que receberam a administração de hidroxicloroquina com azitromicina ficou em 22%.
Embora não tenha sido um experimento rigoroso, ainda que realizado em todo o país, foi o mais abrangente na análise do medicamento, seja usado sozinho, seja acompanhado do antibiótico azitromicina.
MATÉRIA FEITA POR GISELLA MENEGUELLI - É doutora em Estudos de Linguagem, já foi professora de português e espanhol, adora ler e escrever, interessa-se pela temática ambiental e, por isso, escreve para o GreenMe desde 2015.
Ref.: https://www.greenme.com.br/
Ocorreu um erro de reconhecimento de sua tela. Atualize a página.