Postado em 23/07/2019 10:02 - Edição: Marcos Sefrin
Diante de incertezas sobre reformas
Queda na estimativa do PIB brasileiro reflete na região.
Segundo novo relatório do organismo, a atividade desacelerou notavelmente na América Latina, que deve crescer 0,6% em 2019
Economista-chefe do FMI, Gita Gopinath. SHAWN THEW EFE
Maus tempos para a economia global. Desde abril do ano passado, em cada revisão realizada pelo Fundo Monetário Internacional (FMI) sobre as estimativas de crescimento das economias, o organismo se vê obrigado a rebaixá-la. Quatro vezes ao ano, ele precisa dar má notícias. E desta vez não foi diferente.
O panorama revelado pelas previsões globais, publicadas nesta terça-feira, é ainda um pouquinho mais sombrio que o conhecido até agora: mais tarifas, mais incertezas, e mais tensões geopolíticas. Tudo isso se traduz em um crescimento inferior. O mundo vai crescer 3,2% neste ano e 3,5% no próximo, um décimo menos tanto em 2019 como 2020.
No Brasil, a revisão é ainda maior. O Fundo Monetário Internacional (FMI) cortou a projeção de crescimento do Brasil para este ano de 2,1% para 0,8% e diminuiu também a estimativa de 2020, que passou de 2,5% para 2,4%. Em relatório divulgado nesta terça-feira, o organismo afirmou que expectativa se enfraqueceu consideravelmente já que persistem as incertezas sobre a aprovação da reforma da Previdência e de reformas estruturais.
As novas projeções se alinham mais ao consenso do mercado financeiro, que aposta em um avanço de 0,82% do Produto Interno Bruto (PIB) em 2019 e de 2,1% no próximo ano, segundo o boletim focus desta semana, divulgado pelo Banco Central, que leva em conta um levantamento feito com mais de 100 instituições financeiras. Uma cifra de 0,81% já havia sido apontada pelo Governo de Jair Bolsonaro, que admitiu que a expansão da economia brasileira não alcançaria nem um ponto este ano.
Puxada pelo Brasil, a projeção para a América Latina também caiu drasticamente. A região deve crescer 0,6% neste ano (0,8 ponto percentual abaixo do estimado em abril). Para 2020, a previsão é de avanço de 2,3%. A considerável revisão para baixo em 2019 também é um reflexo da economia mexicana. De acordo com o FMI, os investimentos no México continuam fracos e o consumo das famílias desacelerou, refletindo a incerteza política, o enfraquecimento da confiança e o aumento dos custos dos empréstimos no país.
Segundo o organismo, a atividade econômica desacelerou no início do ano em várias economias latino-americanas. Na Argentina, a atividade se contraiu no primeiro trimestre do ano, embora a um ritmo mais lento do que em 2018. A previsão de crescimento para 2019 no país vizinho também foi revisada para baixo, assim como a do Chile. Ainda segundo o FMI, a profunda crise humanitária e a implosão econômica na Venezuela continuam a ter um impacto devastador, e a estimativa é que a economia irá encolher cerca de 35% em 2019.
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