Postado em 09/07/2019 09:50 - Edição: Marcos Sefrin
O futebol feminino precisa deixar de ser uma eterna promessa e tornar-se a modalidade do presente, do agora
A colorida abertura foi ao ar pela última vez. A juíza apitou pela última vez. Na França, a bola parou de rolar. No último domingo 7, a Copa do Mundo de Futebol Feminino chegou ao fim com os Estados Unidos, mais uma vez, no alto do pódio. A Holanda foi a vice-campeã, e a Suécia, medalha de bronze. O alcance do torneio foi inegável: recorde de venda de ingressos, de audiência e de visibilidade. No entanto, o futebol feminino não torna à cena apenas na próxima edição do torneio, em 2023. Muito pelo contrário.
No Brasil, nesta semana, a partir da quarta 10, temos de volta o Brasileirão A1, que segue para a sua décima rodada com Corinthians e Santos dividindo a liderança. Corinthians, inclusive, que conta com algumas das representantes do Brasil na última Copa, como a zagueira Mônica e a lateral recém-contratada Tamires. É a chance de conhecer, melhor, o trabalho dessas atletas e as características que fizeram com que elas chegassem à seleção.
A partir do próximo dia 12, temos também de volta o Brasileirão A2, que inicia a fase de quartas-de-final. Os times que avançarem às semifinais já garantem vaga na elite, a série A1, em 2020. Aliás, você sabia que em 2019 a série A2 mudou de formato e aumentou a quantidade de times participantes para 36, divididos em seis grupos? Sabia que na primeira fase da competição contou com representantes de todos os estados do país? Muito dessa alteração veio da necessidade em abrigar os novos times criados a partir da determinação da CBF que obriga a manutenção de departamentos femininos nos clubes da série A do Brasileirão masculino.
Ainda em julho, temos a estreia do torneio sub-18, que ocorre pela primeira vez e já chega com um calendário, no mínimo, questionável, fazendo as atletas, ainda das categorias de base, disputarem em média seis jogos em 10 dias na fase inicial. Você sabia que essa foi a tabela escolhida para o único torneio nacional feminino de base?
A Copa do Mundo é, sempre, o auge de uma modalidade. No entanto, sem o apoio rotineiro, diário, aos campeonatos locais, como pensar em um real desenvolvimento para o futebol feminino? Não precisa – e nem se pode – esperar pelo próximo mundial para voltar os olhos à modalidade. Não se pode naturalizar que o futuro, sempre o futuro, será melhor. O futebol feminino precisa deixar de ser uma eterna promessa e tornar-se a modalidade do presente, do agora. Isso passa por atletas, dirigentes, clubes, jornalistas e, agora mais do que nunca, pela torcida.
Matéria feita por KARINE NASCIMENTO dia 9 DE JULHO DE 2019 (FOTO: CBF/DIVULGAÇÃO)
Ref.: https://www.cartacapital.com.br/
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