Postado em 04/01/2020 10:47 - Edição: Marcos Sefrin
RENAULT TWINGO
Nos próximos meses, a Renault vai lançar, no Brasil, o Kwid, um novo hatch compacto de suspensão elevada que a marca francesa pretende vender como um micro-SUV. Há quase 25 anos, a moda era dos monovolumes e foram eles que influenciaram o estilo do pequeno Renault da época: o Twingo, lançado no Salão de Paris de 1992, iniciando as suas vendas na Europa no ano seguinte.
Com apenas duas portas, media 3.43m de comprimento, 1,63m de largura, 1,42m de altura e praticamente 2,35m de distância entre-eixos. Seu simpático estilo, criado por Patrick Le Quément (ex-designer da Volkswagen) era reto, mas com quinas arredondadas, traseira vertical, capô curto e amplo para-brisa inclinados, com faróis e lanternas em formato de "arco". Entre as luzes da frente não havia grade, apenas uma ranhura fina no para-choque, na altura das luzes de direção. A carroceria tinha opções de cores vibrantes como vermelho, amarelo, laranja, verde e azul.
Era no interior que ficava o seu mais importante atributo: o espaço. Era possível reclinar os dois bancos da frente até o chão, formando uma cama. O banco de trás corria para trás ou para frente, um recurso que seria adotado no Volkswagen Fox onze anos depois. Mas a versatilidade tinha um preço: cabiam apenas quatro pessoas e o porta-malas comportava entre 139 e 186 litros apenas. O painel era todo cinza, vertical, com quadro de instrumentos digital no centro, luzes de controle atrás do volante, saídas centrais de ar circulares, botões do ar condicionado ou ventilação verde-limão e sem tampa do porta-luvas.
O irreverente Twingo chegou ao Brasil em 1994, importado diretamente da França com o motor 1.2 de 55 cavalos, com o qual era vendido em seu país de origem. O câmbio era manual de cinco marchas. O trem de força lhe dava uma aceleração de cerca de 17 segundos e um consumo médio de 13,5 km/litro, segundo a revista Quatro Rodas, que em abril de 1995, o comparou com o Chevrolet Corsa (da geração anterior à última) e ao Ford Fiesta, então importado da Espanha, seus concorrentes até a chegada do Ford Ka, em 1997.
Na época, ele custava na faixa de 14 mil reais, mas não era tão generoso em equipamentos de série. Vinha apenas com ar quente, vidros verdes, alarme, retrovisores externos com ajuste manual interno, limpador, lavador e desembaçador do vidro traseiro, cinzeiro e o banco traseiro corrediço, apoio de cabeça nos bancos dianteiros (naquela época tinha carro que vinha sem). Ar condicionado, trio elétrico (vidros, travas e retrovisores), toca-fitas e até porta-objetos eram opcionais que levavam o preço para 16 mil reais. O teto solar panorâmico de lona, que era oferecido na Europa, nunca veio. Já a versão sem embreagem Easy veio em pouquíssimas unidades, que hoje são raras.
Em 1997, trocou o motor 1.2 por um 1.15, mas com cinco cavalos a mais. Somente em 2000, o face-lift que deu para-choques na cor do carro e piscas brancos, alinhando-se com os faróis, chegou ao Brasil, depois do Twingo ter ficado seis meses fora do mercado. No interior, o porta-luvas ganhou uma tampa de plástico.
Passou a vir do Uruguai com motor 1.0 de oito válvulas e 59 cavalos, que equipava as primeiras versões do nosso primeiro Clio nacionalizado. A lista de equipamentos melhorou com a incorporação dos opcionais citados acima na lista de série, além de adicionar os airbags frontais, também "gratuitos".
Em 2001, chegou a versão Initiale, teoricamente mais luxuosa, junto com o motor 1.0 16v de 68 cavalos e novos equipamentos como direção elétrica e tocador de CD. Mas em 2002 a história do Twingo se encerrava no Brasil, continuando na Europa.
Lá, ele ganhou uma segunda geração em 2007, com faróis maiores e elípticos e lanternas verticais mais altas. Ganhou um face-lift três anos depois, que incluiu um friso no capô, semelhante ao último Clio vendido no Brasil. Em 2014 ganhou a terceira geração, pela primeira vez, com quatro portas (o tamanho diminuto fez com que o vidro lateral traseiro fosse basculante) e motor traseiro, baseado na plataforma do atual Smart ForFour.
Twingo de segunda geração, inexistente no Brasil |
Face-lift da segunda geração (2011) |
Twingo de terceira geração (2014) / Fotos: Gustavo do Carmo |
Painel do Twingo de terceira geração (Foto: Divulgação( |
Já no Brasil, o Twingo ficou na primeira geração e no passado, lembrado apenas pelos seus proprietários, satisfeitos com o seu espaço, mas incomodados com a manutenção cara e a desvalorização alta. Segundo a FIPE, um Twingo está cotado entre R$ 5.075 (Easy 1.2 1994) e R$ 12.007 (Initiale 2002).
TEXTO: GUSTAVO DO CARMO
FOTOS: DIVULGAÇÃO (DO TWINGO 3: GUSTAVO DO CARMO)
Matéria feita por gustavocarmo março 07, 2017
Ref.: http://novoguscar.blogspot.com/
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