Postado em 27/07/2021 10:56 - Edição: Marcos Sefrin
Carisma, boa pinta e fama tornaram o Fusca um veículo difícil de ser substituído. Muitos candidatos ficaram pelo caminho
O Fusca talvez seja o carro mais carismático da história da indústria automobilística mundial, tendo deixado uma legião de fãs dentro e fora do Brasil.
Mas ele não viveu apenas de carisma. Com fama de acessível, inquebrável e “pau para toda obra”, o icônico “VW Sedan” alcançou um alto volume de vendas em todo o globo, sendo o segundo modelo mais vendido da marca no mundo até os dias atuais, superado apenas pelo VW Golf.
No Brasil, o Fusca também é vice-líder no histórico de vendas da fabricante alemã até hoje, mesmo tendo deixado o mercado já há 25 anos. Por aqui, o único modelo da marca que conseguiu bater seus números foi o Gol. E isso se somarmos as três gerações, enquanto o Fusca existiu sempre com a mesma plataforma e carroceria.
Um dos principais motivos para o veículo superar a marca de 20 milhões de exemplares comercializados globalmente foi sua longevidade produtiva. O Besouro permaneceu na linha de montagem por mais de 30 anos no Brasil e cerca de cinco décadas na Europa.
O sucesso foi tamanho que a Volkswagen passou anos e mais anos enfrentando dificuldades para criar e desenvolver um substituto à altura do Fusca. Isso, inclusive, ajuda a explicar por que o modelo seguiu por tanto tempo em linha.
Aqui no Brasil, a companhia iniciou o processo de sucessão do Fusquinha na década de 1970, com a chegada do Passat. Este, no entanto, era caro demais para isso e o plano só seria consolidado de fato na década seguinte, quando o Gol foi lançado.
Se a troca em território nacional foi simplificada com o tiro certeiro, o mesmo não pode ser dito em relação a outros países. Na Europa e nos Estados Unidos, a Volkswagen passou por poucas e boas até chegar no Rabbit, nome dado à primeira geração do Golf, que assumiu a responsabilidade de suceder o ícone.
Com algumas tentativas e frustrações, a Mobiauto produziu este artigo para relembrar os conceitos de possíveis sucessores do Fusca que jamais saíram do papel. Será que algum deles faria sucesso? Deixe sua opinião nos comentários.
Protótipo EA47-12, ou irmão do Karmann Ghia
O Fusca estava há 12 anos em produção e a Volkswagen já buscava um substituto à altura para ele em 1950. Uma das tentativas que ficaram pelo caminho foi o EA47-12, um protótipo com visual mais estiloso e atualizado, semelhante ao que compunha os Karmann Ghia.
O formato de bala não era por acaso: a carroceria do candidato foi desenhada pela empresa italiana Ghia, a mesma que fazia os traços do primo rico do VW. No entanto, não satisfez os comandantes da marca alemã.
Protótipo EA48: um Mini Volkswagen
A década de 1950 ainda teve uma segunda tentativa frustrada (neste caso, ainda bem). A Volkswagen buscou uma alternativa completamente diferente do que era o Fusca, abdicando da carroceria sedan e apostando as fichas em um subcompacto.
O EA48, ou Mini Volkswagen, tinha motor dianteiro bicilindro de 0,7 litro refrigerado a ar, com apenas 18 cv. A mudança era radical demais e a marca buscava um motor mais evoluído que o refrigerado a ar. Assim, o conceito só ficou na história.
Protótipo EA97: quase o nosso Zé do Caixão
Este aqui foi o que chegou mais perto de suceder o Fusquinha entre os já citados. A marca alemã já tinha aceitado o conceito EA97 como substituto do Fusca, deu ao veículo uma linha de produção e produziu 200 unidades, mas…
Aos 45 do segundo tempo, a Volkswagen notou a semelhança do três-volumes com o também sedan Type 3, e temia uma canibalização. Como o Besouro explodiu em vendas no momento de sua possível substituição, a marca alemã uniu o útil ao agradável, deixando o EA97 no papel para buscar outra alternativa.
Embora não tenha sido aproveitado no Velho Continente, o veículo serviu de inspiração para o nosso VW 1600, popularmente conhecido como Zé do Caixão no Brasil.
Protótipo EA266: o Besouro viraria sapo
Quando parecia perto de um substituto, a Volkswagen tornou a derrapar no design. Nessa tentativa, o neto de Ferdinand Porsche, Ferdinand Piëch, era o engenheiro responsável pelo projeto.
O resultado do protótipo mostra que o design de veículos não era o forte do neto de Porsche e o conceito não teve continuidade. No entanto, o EA266 trouxe uma importante evolução para o substituto do Fusca: um motor 1.6 refrigerado a água.
Protótipo EA276: Golf (ou Rabbit) ganhava corpo
Provavelmente uma das últimas cobaias antes de a Volkswagen colocar em produção o Golf de primeira geração. O Projeto EA276, de 1969, já tinha um visual mais moderno e correspondente ao que o mercado europeu oferecia na época.
Com carroceria hatch assinada por Giorgetto Giugiaro, o corpo do Rabbit começava a ganhar forma. O conceito ainda trazia evoluções interessantes, como o motor dianteiro, mas pecou por não ser refrigerado a água e por isso não entrou em produção.
Matéria feita Por Renan Bandeira 22.07.2021 às 18h:44
Ref.: https://www.mobiauto.com.br/
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