Postado em 03/06/2018 08:37 - Edição: Marcos Sefrin
O novo presidente da Petrobras, Ivan Monteiro, é um financeiro reputado, sério, competentíssimo na sua área, com papel central para acalmar mercado depois do terremoto Lava Jato e da saída de Graça Foster. E, provavelmente, será um desastre.
Desde os anos 90, o mundo corporativo aprendeu a distinguir o grande CFO (o financeiro) do CEO (o presidente).
É conhecido o caso Sharp, no qual um grande financeiro assumiu a presidência, colocou a empresa no azul em três meses, e a liquidou. Para alcançar o objetivo trimestral, desmontou a área de desenvolvimento, de marketing e outras peças centrais.
Mais recentemente, se tem o caso Britaldo Soares, diretor financeiro da Eletropaulo. Foi elevado a CEO, cortou custos de manutenção, estourou as redes obrigado a AES a vender a empresa, tais os investimentos necessários para manter a concessão.
O único parâmetro do financeiro é o balanço trimestral. No caso do petróleo as qualidades de um bom financeiro são os defeitos de um bom CEO. O financeiro é por natureza conservador. Sem a ousadia calculada, a Petrobras jamais teria avançado no pré-sal ou nas incursões fora do país, até se transformar na segunda petroleira do mundo, antes do desmonte de Pedro Parente.
Além disso, a maneira de mitigar riscos – ou oscilações desnecessárias de preço – é a integração. A lógica da produção e do refino interno é justamente a de descolar dos preços internacionais. Quando as cotações internacionais explodem, seguram-se as internas e ganha-se nas exportações de derivados.
A lógica de Parente é a do desmonte total da cadeia do petróleo.
Espera-se que, como funcionário de carreira do Banco do Brasil, Ivan tenha a sensibilidade de perceber a relevância da empresa para o país.
Ref.: https://jornalggn.com.br
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